segunda-feira, 4 de abril de 2011


Meus filhos terão computadores, sim,

mas antes terão livros.

Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive a sua própria história.

Bill Gates.


Um comentário:

  1. Este blog se propõe a ser um ambiente onde ocorra múltiplas aprendizagens sobre leitura e educação, além disseo, é um espaço privilegiado de partilha de informações e saber. Como mediadores de leitura, saber conjugar diferentes formas e abordagens sobre o universo rico da leitura, bem como enaltecer e desenvolver o hábito do futuro leitor, é um dos grandes desafios do educador da atualidade.
    Entrem, o nosso blog está aberto para conhecer e discutir sobre experiências, sobre perspectivas e sobre o desafio de formar leitores que saibam agir ética e humanamente na diversidade, exercendo a tolerância e a criatividade.
    Para iniciar nossa reflexão, segue o seguinte poema de Rilke:

    O Homem que Lê

    Eu lia há muito. Desde que esta tarde
    com o seu ruído de chuva chegou às janelas.
    Abstraí-me do vento lá fora:
    o meu livro era difícil.
    Olhei as suas páginas como rostos
    que se ensombram pela profunda reflexão
    e em redor da minha leitura parava o tempo. —
    De repente sobre as páginas lançou-se uma luz
    e em vez da tímida confusão de palavras
    estava: tarde, tarde... em todas elas.
    Não olho ainda para fora, mas rasgam-se já
    as longas linhas, e as palavras rolam
    dos seus fios, para onde elas querem.
    Então sei: sobre os jardins
    transbordantes, radiantes, abriram-se os céus;
    o sol deve ter surgido de novo. —
    E agora cai a noite de Verão, até onde a vista alcança:
    o que está disperso ordena-se em poucos grupos,
    obscuramente, pelos longos caminhos vão pessoas
    e estranhamente longe, como se significasse algo mais,
    ouve-se o pouco que ainda acontece.

    E quando agora levantar os olhos deste livro,
    nada será estranho, tudo grande.
    Aí fora existe o que vivo dentro de mim
    e aqui e mais além nada tem fronteiras;
    apenas me entreteço mais ainda com ele
    quando o meu olhar se adapta às coisas
    e à grave simplicidade das multidões, —
    então a terra cresce acima de si mesma.
    E parece que abarca todo o céu:
    a primeira estrela é como a última casa.

    Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
    Tradução de Maria João Costa Pereira

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